lundi, janvier 03, 2005

Nathalie X no cinema

Vi hj e achei meia boca... mas é francês! hehehe...


Nathalie X, de Anne Fontaine, é um drama psicossexual pouco convincente que procura reconfigurar o triângulo amoroso clássico, mas acaba apenas parecendo um tanto quanto absurdo.
Na realidade, mal chega a se constituir um triângulo. As duas personagens femininas principais dominam a história, que acaba virando uma amizade esdrúxula entre uma ginecologista e esposa burguesa representada por Fanny Ardant e a esteticista e prostituta feita por Emmanuelle Beart. Gerard Depardieu, no papel do marido infiel do personagem de Ardant, acaba parecendo um estepe, quase à margem da história.
Filme que foi aguardado com ansiedade no Festival de Toronto graças a seu elenco e à promessa de cenas quentes, Nathalie X acabou decepcionando, mostrando-se superficial em termos psicológicos e quase bobinho na abordagem que faz de assuntos de natureza sexual. A maior parte de sua ação erótica é verbal.
O filme chega ao X da questão rapidamente. Bernard (Depardieu), casado há 25 anos com Catherine (Ardant), falta a sua festa surpresa, e, com isso, sem querer revela que está traindo sua mulher. Abalada, Catherine planeja uma reação incomum. Ela faz uma visita a um bordel local e contrata Marlene (Beart) para ser a próxima amante de seu marido.
Adotando o nome de Nathalie, Marlene deve conhecer e seduzir Bernard e, depois, passar para Catherine os detalhes sobre o comportamento sexual de seu próprio marido.
Com isso, Catherine não apenas poderá controlar a vida amorosa extracurricular de Bernard, mas também ficar sabendo mais sobre o homem que ela, evidentemente, não conhece tão bem quanto deveria.
Amizade inesperada
Durante as cada vez mais explícitas e detalhadas sessões de troca de informações entre as duas mulheres, uma amizade inesperada vai tomando forma entre elas.
Em pouco tempo vemos Marlene cuidando do cabelo da mãe de Catherine, enquanto esta paga o apartamento de Marlene.
Fontaine, que dirigiu e co-escreveu o filme, leva as coisas até zonas psicologicamente implausíveis - mas o fato é que, se não o fizesse, não teria muita história a relatar.
Mesmo com tudo o que ela faz, a situação acaba virando estática, girando em torno de infindáveis encontros nos mesmos bares de hotéis, bordel e bistrôs.
Os encontros levam Catherine a distanciar-se cada vez mais de Bernard e aproximar-se de Marlene/Nathalie, numa possibilidade homoerótica com o qual o filme acena, mas na qual em nenhum momento chega a investir. A virada final da história é facilmente previsível e não chega a causar grande impacto.
Fanny Ardant é comovente, em alguns momentos, como a médica fria que, quando jovem, era vista como "boa de cama", mas que acabou se acomodando com seu marido e sua vida.
Emmanuelle Beart confere a seu personagem bastante energia sexual, mas em nenhum momento chega a ser mais do que uma prostituta com caixa registradora no lugar do coração.
Gerard Depardieu passa a maior parte do filme parecendo cansado e confuso, o que é apropriado para seu personagem, mas faz dele um sujeito pouco interessante para estar monopolizando a atenção de duas mulheres tão glamourosas.
Basicamente, Nathalie X atiça o espectador o tempo todo, mas acaba lhe oferecendo pouco de concreto. Todo o mundo no filme fala sobre sexo em termos explícitos, mas todos menos a prostituta dão a impressão de estar cansados ou de ser frios demais para colocar em prática aquilo que dizem.


texto retirado do site do Terra

1 Comments:

Blogger Bee Box said...

Admita que o filme é uma droga!!!! Eu vou falar mal dele no meu blog.... vou falar mal daquela música chata da bamboletras!!!! Beijão.

7:15 p.m.  

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