samedi, décembre 16, 2006

maldades engavetadas



aqueles dias quentes deixavam Violet mal humorada. não que o sol a incomodasse, até gostava, mas as lembranças das aulas de Geografia deixavam-na preocupada. o sol não deveria estar tão distante assim. na verdade ele está muito próximo. bem perto da sua cabeça, Violet pensava. sim, sua mente fervia. seu cérebro borbulhava.
nada mais desejava além de um ventilador gigante, uma rede, um suco gelado e um final de semana sem trabalho. sem barulho. mas seus dias estavam muito distantes desses desejos. eram eternas escadarias, no sol, muito sol. parecia não ter fim.
riscava os dias no calendário pendurado na parede com caneta vermelha. pressionava com tanta força aqueles dias últimos que marcava a folha posterior. ria histericamente ao terminar a tarefa. dormia tão pouco que não sonhava, apenas tentava arrumar posições confortáveis na cama para que a dor nas costas diminuísse. noites mal dormidas.
pensava em R. durante o dia e na falta que sentiria se fosse embora para sempre. Violet sempre queria ir embora e, nessa semana, não foi diferente. aliás, pensava em muitas maldades. Violet sabia exatamente como agir com todos aqueles que foram hipócritas, agressivos ou indiferentes com ela. Violet os transformaria em invisíveis se pudesse. organizava um plano.
Violet não gostava de se sentir enganada. e sempre era. cansara de ser boazinha.
iria vingar-se de todos, como em Carrie, a estranha, queria super poderes.
e o telefone não parava.

Se eu amo o meu semelhante? Sim. Mas onde encontrar o meu semelhante?
Mario Quintana



Sei que há contas a pagar
E há razões pra terminar
A semana toda ficou para trás
Ela tem trabalhado demais

Como seria melhor
Se não houvesse refrão nenhum
Mas há...

E no seu apartamento
Ela se esquecia de tudo
Parecia uma princesa
Não se importava com o resto do mundo
E largava os pés em cima da mesa

Como seria melhor
Se não houvesse refrão nenhum
Mas há...

E no seu apartamento
Ela se esquecia de tudo
Não havia contratempo
Ela segurava o seu coração
E largava as roupas pelo chão

Princesa - Ludov