dimanche, décembre 03, 2006

mudança dos ventos

Violet acordou tarde naquele dia. às vezes o sono confundia o relógio e as manhãs ficavam meio perdidas. Violet perdeu-se somente no horário, seu coração estava leve. foi ao banheiro, lavou o rosto, espiou o canto dos olhos à procura de rugas. Violet sentia-se velha às vezes, mas o espelho a surpreendeu. rugas ali não estavam, apenas uma pele clara e macia.
abriu as janelas, deixou o sol entrar no quarto. abriu os armários, queria deixar tudo arejado. tudo com cheiro de novo. para Violet, o cheiro das roupas guardadas traziam um ar melancólico para aquela casa vazia. ela não queria mais ser triste, pensou.
abriu o jornal e leu as más notícias diárias. fechou aquelas páginas com raiva e jogou o jornal no chão. no entanto, pensou em ler algo menos sério, algo mais simples, que não a deixasse pensativa ou irritada. pensou em ler o horóscopo e riu da idéia. imaginar Violet lendo algo tão bobo é até um pouco espantoso. mas leu. e sorriu. e fechou as páginas agora com tranqüilidade. guardou o jornal na cesta de vime ao lado do sofá.
aquele dia seria importante, tinha certeza. Violet pensava até então que seus amigos preocupavam-se tanto com os próprios problemas que não percebiam que ela estava triste. Violet invisível, como sempre. até esse dia, parecia que o destino de Violet era esse, apesar de não acreditar que destino realmente exista. ela não conseguia compreender porque a tristeza havia tomado conta. final de ano sempre é triste, mas neste ano, a tristeza parecia ter se adiantado. já estava em casa há um mês.
não deixava Violet escrever nem se alimentar mais. não lia mais, não escutava músicas, nem as mais melancólicas. Violet não gostava de ser invisível e não sabia como mudar isso tudo.
ela deu-se conta, no entanto, que não deveria ser invisível para si mesma. ou ainda, que R. poderia enxergá-la, caso ela se esforçasse. danem-se os amigos, pensou. depois assustou-se com esse pensamento pois os amigos eram tudo em sua vida. mas estava magoada.
foi até a sacada, ouviu sinos. a brisa beijava serena o rosto de Violet. lembrou-se do dia que conheceu R. e como não deu a mínima importância para aqueles olhos brilhantes e simpáticos que a olhavam. Violet era assim, reclamava que não a enxergavam mas não olhava para os lados. ou para frente.
R. sempre sorriu para Violet. e sempre foi muito gentil também. conversavam, riam, falavam sobre sonhos e lugares que gostariam de conhecer. dias felizes eram esses. pelo menos para Violet. R. fazia parte dos dias e dos pensamentos de Violet há meses. mas ela tinha medo. medo de estar sonhando, de estar confundindo as coisas, de ele não gostar dela, de arriscar novamente. Violet tinha medo de ser feliz. pois sempre havia algo que a impedia de acreditar. "a felicidade não existe" pensava sempre. e realmente, não existia. para ela.
pelo menos até aquele dia. Violet resolveu encontrar a felicidade que tanto falam. senão nela, nas pessoas.
saiu da sacada. tomou banho, escolheu uma roupa bonita e saiu ao encontro de uma vida que nunca teve.
estava decidida.

3 Comments:

Blogger P. Hepburn® said...

Oh mon Dieu!
Quem é R.?

Ai, ai, ai Violet!!!

Tá...quero saber!

Bjooooo

Lovu tu!!!

12:29 a.m.  
Blogger Bee Box said...

RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

9:07 p.m.  
Blogger Bee Box said...

Ricardo I? II? III? Rasputin? Roberto Carlos? Renato & Seus Blue Caps? Putaquepariuuuu!!! Ronaldinho? Nãããaãaããaãoooo!!! Violet! Violet! Volta pra terapia, Violet! Quer uns conselhos da Natalie? Ela assassinou a homeopata dela, a família, o namorado... só não matou sua gatinha de estimação. E hoje acredita que é muito feliz.

1:46 a.m.  

Publier un commentaire

<< Home