lundi, février 26, 2007
dimanche, février 18, 2007
esperando
quando o telefone tocou, pensava estar sonhando. porque R. ligaria tão tarde da noite e depois de tanto tempo?? 5 meses. havia passado 5 meses desde o último encontro. Violet com seu vestido vermelho e pulseira dourada, combinando com a presilha do cabelo. R. estava de camiseta roxa e com a barba para fazer. Violet achava aquilo um charme. pouco se importava com a barba. gostava até. a noite foi como nos filmes românticos. sorrisos e sonhos compartilhados em meio aos suspiros apaixonados do casal.
ao final, a promessa de um reencontro. desilusão.
Violet acostumara-se com os finais infelizes. ao contrário dos filmes, nunca houve um final feliz, com flores, sol e bombons na caixa com fita colorida. recheados de licor de cereja. Violet nem gostava de cereja tanto assim, mas saborear bombons no banco da praça, embaixo da árvore trazia uma sensação tão boa quanto a de uma surpresa de aniversário de criança.
a verdade é que Violet sempre esperava o telefone tocar. esperou 5 meses. era ele.
já sentia o cheiro dos bombons.
Amar!!
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!Amar!E não amar ninguém!
Recordar?Esquecer?Indiferente!...
Prender ou desprender?É mal?É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei-de ser pó,cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
Florbela Espanca
(por que me espancas novamente com as suas palavras?)
Libellés : apaixonada, Florbela Espanca, poesia
dimanche, février 11, 2007
doce afeto
e foi durante aquele sorriso que Violet percebeu: estava apaixonada.
caminhava dando pulinhos no ar. ninguém sabia o que estava acontecendo.
o mundo voltou a ser colorido para Violet. e as borboletas azuis revoavam perto das flores da janela.
Violet suspirava...
Os versos que te fiz
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.
Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!
Florbela Espanca
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