jeudi, juin 14, 2007

de tout coeur

esse coração inquieto não me deixa pensar. ele quer pensar por mim... sempre acontece. ele vem assim, de fininho, batendo de mansinho e de repente fala mais alto que tudo! droga.
droga mesmo. os livros não tem mais graça. chego a cometer a heresia de questionar qual a função deles. não sinto mais fome. só sede. e vontade de esquecer que ele quer me comandar.
mas não!
ele não passa de um músculo no centro do peito [ou é no lado esquerdo mesmo?] que pensa que domina os sentimentos todos. coração convencido esse. dissimulado. só pensa em si... às vezes eu acho que o meu coração tem umbigo. e se acha o umbigo mais importante do mundo. egocêntrico.
minhas bêbadas palavras se espalham num sábado chuvoso e frio. e o meu coração que pensava em coordenar minhas palavras somente concordou em carregá-las nos meus braços. tontas, pensei. sempre as palavras de sábado eram tontas. e inconseqüentes. e ele, que sempre tentava me impulsionar, dizia dessa vez que o salto poderia ser muito alto. sim, eu deveria me acomodar um pouco. deitar no sofá, talvez. aconchegar-me ao seu colo de coração e ouvir umas frases de carinho. é. eu era mais impulsiva que o próprio coração e ele agarrou meu braço e não me deixou ir tão longe. fica, disse ele.
porque eu ia me dar mal. eu sei.
e agora, eu não sei mais em quem confiar... se no coração, nas palavras bêbadas, nos braços que me levavam ou nos lábios quentes que senti encostar nos meus.
a chuva que me fez acordar... e ainda acho difícil admitir que meu coração é muito persuasivo. e agora, eu me acho uma hipócrita!
mas não sou.
apenas me confundo e me reinvento.
não sei mais qual voz escutar. Violet parece não se importar mais. depois que ela se apaixonou vive nas nuvens. literalmente. o seu jeito de caminhar mudou. ela saltita. e ri. Violet apenas se diverte.
ela me escuta, às vezes. depois, acende outro cigarro na sacada e ri.
eu odeio cigarro. mas confesso que o acho literário, poético.
se eu fosse poeta, com certeza fumaria. e escutaria sempre o meu coração...

mercredi, juin 06, 2007

desculpe, foi engano!

e lá estávamos nós três sonhando olhares e pintando sorrisos. as mesas lotadas, os comentários bobos e sussurrados pra ninguém ouvir e os pensamentos distantes abafavam aquele ambiente de comemorações futebolísticas. eu não gosto de futebol, pensava, e no meu mundo perfeito, ele nem existia. não queria dividir meus suspiros com gritos e buzinas.
a voz da última semana. a lembrança daquela voz linda que ficara dançando pelos ouvidos e a curiosidade encontravam-se, uniam-se, misturavam-se. o número ainda estava ali, na memória do celular. era só ligar de novo.
a coragem sempre vem nos momentos mais estranhos. e ligar não foi difícil. mas atender sim. e o telefone tocou, tocou, tocou.
silêncio.
atender o telefone é difícil. sempre será.