pulando ondas no Ano Novo
gostaria de jogar esses pensamentos no lixo, como se tivesse expirado a validade. mas não conseguia. Violet era escrava desses detalhes, dessas bobagens, dessas pequenas neuroses. essas enlouqueciam-na mais e mais, coordenavam ou, ao menos, tentavam. Violet parecia reagir na maioria das vezes, mas hoje, último dia do ano, não conseguiu. Violet entregou-se ao marasmo, ao tédio, ao calor e às tristezas passadas.
e a praia estava longe...
quando fechava os olhos, lembrava do azul do céu e daquele mar imenso, que a presenteava com as mais belas imagens ao pôr-do-sol. Violet suspirava e sentia o cheiro da maresia. ouvia os risisnhos infantis e as conversas de guarda-sol. pessoas... hoje ela as odiava. não queria ver pessoas, apenas o mar. o mar e suas ondas que traziam aquela esperança de dias melhores e outros clichês. envergonhava-se de sentir o mesmo que os outros. Violet não gostava de ser comum e não era. mas hoje, só hoje, compartilhava de tais sentimentos comuns. porque ela queria ser feliz, queria que tudo melhorasse. queria dias lindos, com folhas caindo das árvores. queria chocolate e pipoca salgada. queria capuccino e o inverno voltando. queria o Canadá e principalmente a Grécia...
Violet não queria ser invisível mais. era o desejo para esse ano.